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O
ateu quer respostas a questões como estas, cujo entendimento está muito acima
do seu limitado universo de conhecimento. Nem adianta expor para ele que, não
existindo o mal em todas as suas formas (doenças, carências, frustrações, dor,
etc.), necessidade alguma teríamos de Deus. Ele, o Criador de tudo, ao dar fim
ao mal, estaria, por consequência lógica, anulando-se a Si mesmo, vez que não
haveria necessidade alguma dEle em nossas vidas, o que, seguramente, não faria
sentido algum, posto que seria um consumado contrassenso um Deus que cria
contra Si mesmo uma circunstância que
anula a possibilidade da Sua própria existência. Por aí, podemos mesmo dizer
que a presença do mal no cotidiano de todos, em vez de negar a existência de
Deus, a comprova, porque é na vitória sobre o mal, usando os instrumentos ensinados
por Ele, é que Deus comprova a Sua existência. Se alguns são atendidos nos seus
pedidos, e outros não o são; e se alguns são socorridos por Deus sem nada ter
pedido, isto é assunto que nada tem a ver com provas da existência de Deus.
Mas nada disso convence o ateu. O que ele
quer é pôr uma grandeza maior (a lógica de Deus) dentro de uma grandeza menor
que é a mente das pessoas e, portanto, também do ateu, cujas razões amparam-se
em somente 5 sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato, pretende que,
para a existência de Deus ficar confirmada, Ele há de se manifestar
obrigatoriamente por um ou mais daqueles cinco sentidos.
Mas
há também argumentos de natureza menos profunda, aqueles mais comuns que, por
não terem resposta aceitável, acabam virando razões para não crer em Deus.
Vejamos algumas destas:
“Não acredito em deus algum, porque, se
existisse deus, não haveria fome no mundo”.
Já falei disso a alguma linhas antes, mas voltarei a falar mais abaixo,
apenas para reforçar a tese que defendo.
Outro argumento, este, de uma avó cuja neta
de 3 anos morreu: “Eu era uma crente fervorosa, mas, quando perdi a minha neta,
deixei de acreditar em Deus”.
No primeiro caso, o descrente não seguiu
adiante com o seu raciocínio. Se o fizesse, perguntaria: “E se não houvesse
fome no mundo, nem violência, nem mortes, nem tragédias, se tudo fosse uma
maravilha só, Deus existiria?”. E ele mesmo, o ateu, responderia: “Existiria,
mas... para quê, se não precisaríamos dele para nada?”. Ora! Não havendo razão
alguma para Deus existir, ele, o ateu, vivendo num mundo perfeito, sem dor de
espécie alguma, teria então — aí, sim — razão muito mais robusta para não crer
na existência de Deus.
No caso da avó, cuja neta morreu com 3 anos
de idade, o que temos é uma declarada revolta dentro de um pensamento
egocentrista: as netas das outras avós podem morrer, mas a neta dela, não. Não
há o que comentar aqui, vez que as razões do egoísmo, amparadas nessa conduta
mental infantil, dissolvem-se em si mesmas.
No fundo, antes de ser uma sincera
declaração de descrença, a negativa do ateu é um ato de rebeldia: ele, o ateu,
na verdade, lá nas profundezas de sua mente, ao menos desconfia da sua
descrença; mas, porque não obtém aquelas respostas, ou porque sofreu algum tipo
de perda ou decepção, ele se comporta como criança pirracenta: “Enquanto você
não provar que existe, eu o negarei”. Mas nem ele mesmo, o ateu, sabe como Deus
poderia, particularmente, provar que existe além das evidências que Ele,
enfaticamente, nos apresenta. Supondo que Deus pudesse ser apalpado, nem isso
seria suficiente, porque qualquer pessoa poderia apresentar-se a ele como Deus.
Também de nada valeria Deus produzir alguma maravilha ante os seus olhos,
porque o ateu diria que se trata de um número de mágica. Enfim, o ateu, além de
não acreditar na existência de Deus (na verdade, ele não quer acreditar),
também não sabe que tipo de prova bastaria para convencê-lo.
Por tudo isto escrito até aqui, cheguei à
conclusão de que, para convencer o ateu de que Deus existe, há um meio que pode
dar bom resultado, qual seja, aquele que faz uso de dois elementos que ele
conhece e acredita: a Lógica e a Física. Veremos então, a partir do próximo
parágrafo, como é possível juntar esses dois elementos para provar ao ateu que
Deus existe; e, considerando que os ateus, de modo geral, são pessoas bem
informadas, usarei o ambiente da Informática para montar o meu argumento
contendo Lógica e Física.
No que toca à Física, antecipo logo que a
base do meu argumento veio de uma pergunta que fiz a um dos meus irmãos em
Cristo, cujo nome, em respeito a sua privacidade, altero aqui para Tomé, que
conheci numa reunião de famílias da igreja da qual faço parte. Embora eu ainda
não tivesse me convertido à fé evangélica, frequentava as reuniões com a minha
esposa.
Convém abrir aqui um parêntese para
responder àqueles que, eventualmente, venham a perguntar sobre o nome da igreja
a qual pertenço. Não declino o nome da congregação religiosa que frequento, porque quero evitar interpretação errada sobre
a finalidade desta obra. O objetivo deste livro não é o de propagar sobre
qualidade de igrejas; mas, sim, a partir dos objetivos declinados no prefácio,
ensejar a que o leitor, depois de, nas letras, percorrer por toda a trajetória
que percorri, sentir despertar em sua mente aquela mesma disposição que surgiu
em mim, aquela vontade de encontrar também uma razão para a sua existência
neste mundo. Por isto, o máximo que me permito dizer é que a igreja a qual
pertenço é uma das muitas existentes no mundo, classificadas como cristã
evangélica.
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Cap. 1: Deus Existe? — Parte 2 de 4
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