Antes de dar início a este capítulo, cabe
aqui inserir uma observação preliminar:
Sabendo que este
livro, possivelmente, citará denominações religiosas, filosóficas, esotéricas e
outras, e que adeptos dessas denominações, tendo acesso a esta obra, podem se
sentir ofendidos ou melindrados com o seu conteúdo, esclareço logo que o meu
objetivo longe está de querer depreciar crenças alheias. O meu propósito é
narrar os caminhos que percorri para chegar à Verdade que cheguei depois de
mais de 40 anos de busca. Portanto, leitor, tudo quanto vires escrito aqui
sobre essa ou aquela religião, seita ou filosofia, deve ser encarado como
conclusão amparada em experiências pessoais e estudos próprios, e, de modo
algum, deve ser vista como intenção de depredar crença ou postura filosófica
religiosa de terceiros. Aceito, por conseguinte, ser contestado, mas não posso
admitir que espíritos mais suscetíveis queiram impedir-me de manifestar o
direito constitucional de exercitar o próprio pensamento.
*********************************************************************************************
Eu poderia resumir em poucas linhas,
ocupando, no máximo, meia folha de papel ofício, o objetivo e o porquê desta
obra. Seria um texto curto, escrito numa linguagem bem popular, que
resultaria em algo parecido com isto: “Estimado leitor, antes de falar do
objetivo deste livro, preciso dizer que virei um crente evangélico por causa de
algumas coisas inexplicáveis que aconteceram comigo. Um dessas coisas foi que,
mesmo sem estar lá com muita disposição para abandonar o cigarro, eu, movido
por alguma força sobrenatural que foi convocada mediante uma oração feita por
um pastor evangélico, parei de fumar, sem esforço algum além do simples e
resumido pedido que fiz ao líder religioso no seu gabinete, a que, junto comigo
e minha esposa, orássemos a Deus para que Ele, em nome do Seu Filho Jesus,
levasse de mim aquela carteira de cigarros e o isqueiro que, antes de
iniciada a oração, eu depositara sobre a sua mesa. A resposta à oração
proferida pelo pastor foi imediata, pois saí da reunião sem mais vontade alguma
de fumar, e isso depois de 46 anos fumando e já chegando a quase 3 carteiras
por dia. Além desse milagre acontecido comigo, assisti a dois outros ocorridos
com terceiros”.
Em mais algumas linhas, eu poderia
acrescentar que colaborou para a minha conversão um evento sobrenatural que
aconteceu numa das aulas do curso MMI (“Casados para Sempre”) que eu e minha
esposa freqüentamos. E prosseguiria: “Esses acontecimentos inexplicáveis
fizeram um efeito extraordinário em mim, e esta é a razão da minha conversão.
E eu poderia dizer ainda mais: que não é
novidade alguma o fato de, no geral, as pessoas acreditarem naquilo que produz,
de forma inexplicável, um efeito benéfico em si mesmas, tal como aconteceu
comigo, ou em terceiros, conforme eu pude presenciar também. O objetivo então
desta minha preleção é este: exortar-te, caro leitor, a conhecer melhor esse
Jesus do Qual tantos falam praticamente no mundo inteiro, para que,
conhecendo-O e tendo intimidade com Ele, possas usufruir das maravilhas que só
Ele pode produzir na tua vida, igual ou até mesmo maior do que as que
aconteceram comigo. É isso aí o que eu queria dizer antes de começar a montar o
núcleo desta obra.”
Conforme podes ver, meu paciente leitor, eu
poderia sim resumir, em poucas linhas, a apresentação deste livro, ou seja, a
natureza do seu conteúdo e o que pretendo com ele, mas hás de concordar que o
efeito dessas poucas linhas escritas seria praticamente nulo ou até mesmo
adverso em ti e na maioria dos demais que se ocupassem de ler tal apresentação.
Por exemplo, alguns poderiam dizer: “Ora! Tomando por base o que você diz, você
deve acreditar também nos mágicos, vez que eles também fazem coisas que não têm
explicação”.
Se, enquanto o leitor fizesse esse
comentário, ou seja, durante a sua leitura, me fosse possível responder, eu lhe
diria — que me perdoem os purista do idioma por eu não usar aqui a forma verbal
correta (dir-lhe-ia), mas é que eu preciso ser entendido por todos — que a
crença não depende apenas do evento inexplicável, mas também de determinadas
circunstâncias ou aspectos que cercam o acontecimento. Vez que é impossível eu
conversar com o leitor enquanto este lê o livro, ficará ele mergulhado nesta e
em outras questões, as quais, sem possibilidade de serem respondidas durante a
leitura, acabarão por levá-lo ao descrédito quanto ao conteúdo da obra e, a
partir daí, pôr o livro de lado.
Observa que, apenas por este detalhe da
questão levantada pelo leitor, eu teria que acrescentar mais algumas linhas à
minha explanação, para explicar que circunstâncias ou aspectos são aqueles; e
mais ainda aumentaria o texto se, prosseguindo, eu afirmasse que, tomando por
base um daqueles milagres acontecidos e presenciados por mim, mágico algum é
capaz de curar uma menina de 6 anos de idade, portadora de uma doença rara,
cuja única salvação residia em encontrar um doador de medula compatível com a
da criança. No milagre do qual fui testemunha, a menor foi curada sem
necessidade alguma de doador. A doença simplesmente desapareceu. Aí, eu teria
que entrar em detalhes sobre a moléstia, falar das peregrinações de uma mãe
desesperada, semi-afogada numa absurda quantidade de exames e laudos médicos,
em busca de doadores de medula... E tome aí mais páginas escritas.
E se eu desandasse a narrar sobre a minha
busca pela verdade espiritual, que durou mais de 40 anos? Ainda que eu
descrevesse, o mais resumidamente possível, os acontecimentos que vivi e
presenciei no rosacrucianismo, no esoterismo, na ufologia, no kardecismo e em
outros caminhos que percorri, eu acabaria tendo que preencher muito mais que
apenas meia folha de papel, e, ainda assim, isso de nada adiantaria, porque um
imaginário leitor, ao ler as ainda poucas linhas do meu escrito, prosseguiria,
dizendo: “Tudo bem. Você virou crente, porque, depois de anos de busca por uma
tal verdade, viu e viveu milagres. Mas você acredita mesmo que, apenas por você
estar narrando sobre essas maravilhas acontecidas com você, eu aceitaria esse
seu convite para conhecer o seu Jesus, dispondo-me a entrar numa igreja
evangélica para, em atendimento ao chamado do pastor, aceitar Jesus Cristo como
meu único salvador frente a uma platéia de estranhos? Ora! Do que você diz
sobre essa tais maravilhas, estou careca de saber e nem preciso entrar em
igreja alguma, sequer passar da rua onde moro, porque, lá mesmo, encontrarei
alguns crentes que me narrarão acontecimentos até mais extraordinários. Eu até
poderia entrar numa dessas igrejas, mas apenas para tentar descobrir o porquê
dessa cara alegre dos crentes, que não bebem, não fumam, não curtem uma noitada
numa boate emendada com um encontro a dois num motel, e vivem nessa alegria
notável. Fora isso, eu nada mais faria. Se descobrisse a razão dessa euforia,
eu poderia ir mais adiante e até mesmo aceitar o Jesus, só para ver no que isso
ia dar. Mas, não descobrindo nada sobre a tal alegria, eu sairia dali de
fininho e voltaria à minha vida normal, até porque, até onde sei, não careço de
salvação alguma”.
Tu, leitor, seja na tua caixa de correio,
seja caminhando pela via pública ou parado num sinal de trânsito ao volante do
teu carro, já deves ter recebido folhetos, convidando-te a conhecer Jesus
Cristo, folhetos esses que, na esmagadora maioria das vezes, acabaram na
lixeira, porque, de modo parecido, reagiste igual ao imaginado leitor descrito acima,
ou até mesmo por causa de certos aspectos repulsivos presente em certas
denominações que, interpretando a Bíblia de forma equivocada, inventam teses
que, além de não constarem da Bíblia, atentam contra o bom senso das pessoas,
como, por exemplo, a proibição de os fiéis receberem transfusão de sangue, ou
de trabalharem em determinada dia da semana. Visto que algumas dessas
denominações são os que mais se aplicam na distribuição de suas publicações e
folhetos, as pessoas, quando são abordadas para receberem literatura de
natureza religiosa que nada tem ver com essas congregações, podem muito
provavelmente acabar recusando literaturas de outras denominações
verdadeiramente cristãs evangélicas. Por conta da confusão que se instala em
suas mente, essas pessoas — maioria, arrisco dizer — rechaçam, de imediato,
qualquer literatura religiosa, como se todas as denominações cristãs adotassem
a mesma filosofia daquelas poucas que adotam dogmas estranhos à Bíblia, como,
por exemplo, a conduta de prever o fim do mundo. Na Escritura Sagrada, está bem
claro que a ninguém é dado saber o dia do retorno de Jesus Cristo; no entanto,
várias denominações já fizeram seguidas previsões sobre isto, e nada de
diferente aconteceu. Ademais, se na Bíblia, que foi escrita sob a inspiração de
Deus, está registrado que muitas coisas que são mistérios aos nossos olhos, só
nos serão reveladas quando estivermos com Ele, configura uma insensatez querer
entender tudo o que lá está.
Repito aqui o que eu disse no início: não
me interessas criticar religiões ou crenças alheias, até porque não é este o
objetivo desta obra, e, tampouco, tem ela a suposta finalidade de propaganda da
denominação a qual pertenço. Aliás, quanto a essa presumida propaganda, fosse
ela um fato, eu estaria cometendo flagrante contradição, na medida em que todos
os evangélicos sabem que igreja, seja ela qual for, não salva ninguém. Todavia,
se pretendo dissertar sobre o caminho que percorri até o ponto onde cheguei,
devo fazê-lo de forma bem clara, mostrando como e porque cheguei lá; e, se isso
me obriga a entrar em considerações sobre condutas adotadas por essa ou
aquela denominação religiosa, condutas que despertaram repulsa em mim,
paciência, porque, conforme já disse e repito, ninguém pode impedir-me de
exercitar o meu direito constitucional de livre expressão do pensamento.
De resto, quando alguém lhe
oferecer um panfleto ou propaganda religiosa, basta formular essas perguntas...
— Essa igreja a qual você pertence é contra
a transfusão sanguínea?
— Faz alguma restrição ao sábado?
— Já fez previsões sobre o dia do fim do
mundo ou da volta de Jesus Cristo?
... e ele não mentirá, porque configuraria
uma consumada contradição ele distribuir material de uma origem da qual ele
sente vergonha.
Ora! Se um convite formulado num
pequeno folheto faz quase nenhum efeito nas pessoas, seja por causa da confusão
que acontece com as propagandas daquelas denominações equivocadas, seja por
qualquer outro motivo, um capítulo — este — explicativo da obra, escrito de
qualquer jeito, também não animaria ninguém a seguir em frente com a leitura. O
escritor então, para motivar o leitor à leitura, precisa elaborar a sua
apresentação de motivos, mas de forma objetiva (de que se trata a obra e o que
é que ela pretende), concisa (abordar sobre os objetivos, evitando rodeios, mas
também sem dar chances a dúvidas) e clara (evitar o preciosismo, que é o uso de
palavreado pouco conhecido). Se, além destes aspectos, o escritor puder
também apresentar algum elemento surpreendente, as chances de os leitores
ficarem presos ao texto aumentam. Foi por isso que inseri também, neste
capítulo “O Porquê desta Obra”, esse item surpreendente, que é o desafio que dá
título ao livro, e do qual falarei mais abaixo.
Antes de prosseguir nesta minha clara
tentativa de motivar-te a ler esta obra, devo aqui ressaltar que o meu convite
a que conheças melhor Jesus Cristo não se resume em apenas aceitá-lo, assim, da
boca pra fora, igual como eu, que, antes da conversão completa, também dizia tê-lo
aceitado quando alguém me formulava convite parecido. Eu conhecia Jesus assim
como quem diz “Oi!” para algum conhecido, e, muito provavelmente, este deve ser
o nível de conhecimento que existe entre ti e Ele. Quando formulo este convite,
o que estou pretendendo é motivar-te, primeiramente, a entrar numa igreja
evangélica à tua escolha e freqüentar os seus cultos por um certo tempo de
extensão a teu inteiro critério.
Aqui, quando falo de igreja evangélica,
sinto a necessidade de deixar logo respondida uma questão que, certamente,
surgirá na mente do leitor: qual seria a igreja evangélica ideal?
Visto que igreja alguma salva ninguém — e é
bom repetir isto muitas vezes — a possibilidade de resposta a esta pergunta vai
depender da tua crença em que Deus pode dar-te a indicação daquela, não a
ideal, mas a mais adequada à tua natureza, ao teu modo de ser ou pensar. Se
crês que Deus pode ouvir-te, faze o que Ele mesmo ensina na Bíblia: recolha-te
a um recanto tranquilo e conversa com Ele, assim como quem conversa com um
amigo. Simples assim. Fica ciente, no entanto, — e convém repetir — que igreja
alguma pode garantir a tua salvação amparando-se apenas no fato de
freqüentá-la. Encontrarás diversas denominações e, provavelmente, entrarás em
algumas delas, porque Deus pode mesmo querer que conheças algumas para, dentre
elas, indicar-te aquela onde te sentirás melhor.
Tendo encontrado a congregação ideal para
ti, a tua caminhada até o pastor evangélico para aceitares Jesus acontecerá de
forma natural, sem que tenhas que te forçares a nada, e esse encontro
produzirá, em teu interior, um impacto emocional mil vezes maior que aquele
“Oi, Jesus” da quase nenhuma intimidade. Embora eu tenha passado por essa
maravilhosa experiência, não sei como descrevê-la e lamento muito não dispor de
capacidade literária suficiente para fazê-lo, mostrando como é que esse
encontro com Jesus aconteceu. O máximo que posso dizer é que, em comparação com
aquele “oi!”, o encontro com Jesus foi, pessimamente comparando, como um abraço
encharcado de lágrimas que trocamos com um ente querido do qual estivemos
afastados por longo tempo. Isto é pouco para explicar como foi esse
encontro; mas, paciência, é o que tenho de melhor para usar como elemento de
comparação.
Todavia, caro leitor, nada disso pode
acontecer mediante apenas a leitura de um ou dois capítulos de um livro,
conforme já vimos. Para motivar-te a dar esse primeiro passo que é dispor-se a
entrar numa igreja evangélica, para, a partir daí, considerares se vale mesmo a
pena passar pela experiência de conhecer Jesus Cristo, tenho mesmo que
escrever, além de uma apresentação bem objetiva, um conteúdo distribuídos por
vários capítulos, cada um deles configurando um degrau em busca de Deus, onde,
em linguagem bem clara e sem aquelas referências bíblicas do tipo “João,
capítulo tal, versículo tal”, comuns em obras de igual natureza e que, às
vezes, atuam até como espantalho em leitores de postura anti-evangélica mais
radical, narrarei a odisséia, que foi a minha peregrinação em busca de uma verdade
que fosse capaz de explicar o absurdo da vida, esse processo sem sentido de
nascer, crescer, desenvolver-se, aprender, criar e... morrer. Eu não podia
aceitar essa fatalidade assim placidamente. Alguma coisa — eu cogitava — deve
estar por detrás desse roteiro sem pé nem cabeça de nascer, crescer, criar e
morrer, sem saber sequer o que há além da morte. Foi isto, caro leitor, o
estopim que desencadeou em mim, há mais de 40 anos, essa ânsia de querer
entender o porquê da minha existência, e que me levou a percorrer diversos
caminhos, sempre com o espírito contestador questionando tudo, porque eu temia
o “acreditar-por-ter-vontade-de acreditar”. Se eu cresse em algo, a minha
crença teria que estar fundamentada em coisas bem mais robustas que crer apenas
porque queria crer. O fato é que eu buscava a verdade espiritual de forma
equivocada, como quem busca uma verdade material qualquer, ou seja, baseando-me
nas ciências do mundo, que só vigoram dentro dos limites da materialidade,
restrito aos 5 sentidos da natureza humana. Ali, naquele limitado espaço do
conhecimento humano, o máximo que eu consegui foi a convicção de que Deus
existe, mas, do caminho que pudesse me levar a Ele, eu tinha uma infinidade de
cogitações, sem ter, contudo, certeza alguma de nada. Pois bem... Aquelas
coisas robustas — e inexplicáveis dentro daquele campo científico — acabaram
acontecendo, puseram um ponto final naquela minha busca de vários anos, e me
transformaram de tal modo, que, ainda que eu não quisesse crer na Verdade que
reconheci até pelo olfato — Sim! É isto mesmo o que leste: até pelo olfato —
isto seria impossível.
Agora, uma pergunta: conseguirei, com esta
arenga, motivar-te a proceder conforme a minha exortação vista no parágrafo
acima no sentido de buscares logo uma igreja para teres com Jesus aquele
encontro tão logo termines a leitura da obra? Não tenho lá tanta certeza disso,
mas posso esperar que, com o que leste até aqui e o que está mais abaixo, te
sintas ao menos motivado a ler o livro. Neste ponto, até posso, num faniquito
otimista, imaginar que, além da decisão de ler a obra, te sintas também
motivado a entrar numa igreja evangélica em pleno culto. Se isto acontecer, não
resistas à vontade de entrar no templo; entra, mas comprometa-te a permanecer
lendo este livro até o seu final.
Todavia, pode acontecer de, ao contrário
das alvissareiras previsões acima, a tua disposição para, após a leitura deste
prefácio, ler a obra integralmente, acabar sendo a mesma de antes, ou seja,
nula; e, prevendo sobre essa eventualidade, foi que me ocorreu de formular o
esquisito desafio que dá título a este livro. E em que consiste esse desafio?
O desafio consiste em seres tu capaz de,
honestamente, ao final da leitura deste livro, depois de ter lido sobre os
caminhos que percorri durante mais de 40 anos em busca de explicações para a
minha (e também tua e dos demais) existência, e, enquanto buscava, criticando
os protestantes pela cegueira de estarem dando ouvidos a líderes religiosos
hipócritas, que pregam uma coisa e fazem o contrário; ou buscando, dentro da
Bíblia, pontos conflitantes, para desacreditá-la aos meus olhos e aos dos
demais; ou consumindo tempo e dinheiro em leituras, palestras e pregações
esotéricas, ufo-religiosas e ocultistas; e, depois, de que forma foi
acontecendo a transformação em que, de anti-evangélico implacável, passei a
freqüentador irregular de cultos, para, num processo que, embora rápido, me
passava despercebido, eu acabar virando um crente convicto, apesar de toda
aquela resistência inicial... Se, depois de tudo isso e muito mais, tu,
estimado leitor, após ter lido toda esta obra, for capaz de, honestamente,
dizer que nada encontrou no seu conteúdo que pudesse alterar coisa alguma no
teu modo de pensar e no teu espírito (ou teu interior; se a palavra espírito não
faz sentido algum para ti), e que, por conta dessa postura, permanecerás
tranquilamente convencido de que a vida é mesmo essa coisa sem sentido do
nascer, crescer, construir, apaixonar-se pelas coisas materiais construídas e
morrer sem explicação e sem saber sequer do destino daquele teu espírito citado
acima, se é que acreditas ao menos que ele exista... Se isto acontecer, terás
vencido o desafio, mas nada poderei te ofertar como prêmio pela “vitória”.
Neste ponto, certamente, perguntarás: “Ora! Mas que graça pode ter um desafio,
se brinde algum o vencedor recebe”. E então responderei:
— A graça está em que este é o único
desafio em que quem ganha o prêmio — por sinal, o maior prêmio possível de ser
imaginado — não é o vencedor, mas sim o “perdedor” — daí a sua esquisitice. Eu
sei que isto soa estranho aos teus ouvidos, mas o que posso dizer é que serve
também como motivação a que aceites a prova proposta. Vou “desenhar” o que
acabei de dizer, porque sei que é mesmo coisa algo complicada de entender: quem
ganha o valioso prêmio não é o que vence o desafio, ou seja, aquele que,
terminada a leitura, permanece o mesmo de antes; quem vence o desafio é aquele
que é derrotado na sua convicção de que a vida é isso mesmo que vemos, essa
sucessão de vitórias ou derrotas que, ao final, levam ao nada. Quem perde no
desafio é aquele que, ao final da leitura, sente que não é mais o mesmo de
antes, que uma mudança radical aconteceu em sua mente. Em suma, é aquele que
chega à conclusão de que precisa mesmo conhecer Jesus Cristo e os Seus
ensinamentos.
O desafio está, por conseguinte, feito, e
só tens que entrar na leitura das páginas seguintes, prosseguindo até o último
capítulo. Ou, senão, fechares o livro e oferecê-lo a qualquer outra pessoa.
Depois que essa pessoa destinatária ler o livro, volta a ela e pergunta: “O que
achou da obra?”. Pode acontecer de, aí, nessa simples pergunta, teres uma
segunda chance de encarar, de novo, aquele mesmo desafio, para, na derrota,
ganhares aquele valioso prêmio.
Se
aceitares o desafio, só me resta, por fim, desejar-te uma FELIZ “DERROTA” e que
faças bom uso do valiosíssimo prêmio que receberás. |
Cap. 2 — O Porquê Desta Obra
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